segunda-feira, 13 de junho de 2016

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

http://melhorcomsaude.com/wp-content/uploads/2013/09/

Quais são os grupos de componentes que devem ser consumidos diariamente? Leia aqui
http://www.abasp.org.br/wp-content/uploads/2012/09/

EXERCÍCIO FÍSICO É MELHOR DO QUE ATIVIDADE INTELECTUAL PARA PRESERVAR A MEMÓRIA


Estudo sugere que treinar é fundamental para proteger o cérebro de idosos. Leia aqui

terça-feira, 22 de setembro de 2015

domingo, 20 de setembro de 2015

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

10 dúvidas comuns sobre a endometriose

Entenda se doença pode aumentar o risco de câncer nos ovários


A doença é recorrente entre as mulheres porque além de causar dor durante a relação sexual, alterações intestinais durante a menstruação - como diarréia ou dor para evacuar - também está associada às dificuldades para engravidar após um ano de tentativas sem sucesso. Como as cólicas menstruais são ocorrências habituais na vida da mulher, é recomendado que a investigação das causas das dores deve ser feita quando estas apresentarem resistência a melhorar com remédios ou quando elas incapacitam a mulher para exercer suas atividades normalmente. Pois, cólica intensa é o principal sintoma de endometriose e leva à suspeita de que a doença esteja instalada. 
A grande maioria têm dismenorréia, ou seja, cólica menstrual, o primeiro e mais importante sintoma. Muitas vezes, são cólicas intensas que incapacitam as mulheres de exercerem suas atividades habituais. A dor pode ainda manifestar-se durante a relação sexual, quando o pênis encosta no fundo da vagina. Este é o segundo sintoma. Além desses sintomas, podem estar presentes a dificuldade para engravidar e alterações intestinais ou urinárias durante a menstruação. Nos casos mais avançados, a dor pode ocorrer também fora do período menstrual.

Como diferenciar uma cólica normal da característica da endometriose?

Na verdade, não existe uma diferenciação muito clara porque há pacientes com endometriose e poucas cólicas durante a menstruação. Entretanto, o raciocínio é sempre orientar as mulheres a procurarem um médico quando tiverem cólicas com certa resistência a melhorar com remédios ou que as incapacite de exercer suas atividades normalmente.

Os sintomas da presença da endometriose podem confundir e retardar o diagnóstico da doença?

Sim. E para identificá-la é importante saber que a doença pode acometer mulheres a partir da primeira até a última menstruação, com média de diagnóstico por volta dos 30 anos. Em média, a mulher tem 32 anos quando é feito o diagnóstico da doença. Em 44% dos casos passaram-se cinco anos ou mais até a doença ser diagnosticada. De 40% a 50% das adolescentes que apresentam cólica incapacitante. A investigação clínica, a anamnese bem feita seguida de um exame físico adequado, o toque vaginal que permite verificar alguns aspectos característicos da doença, tudo isso faz parte do exame ginecológico normal e de rotina que não visa ao diagnóstico da doença em si, mas que pode funcionar como prevenção primária para a endometriose. O exame ginecológico é o ponto de partida para estabelecer o diagnóstico da endometriose. Se a doença se assesta no ovário, o ginecologista pode perceber o aumento dos ovários pelo toque. Se acomete a região que fica entre o útero e o intestino, um tipo de endometriose que se chama endometriose profunda, o toque permite perceber espessamentos atrás do útero e dor quando o médico apalpa essa região. Quando a doença acomete o peritônio (tecido que reveste a cavidade abdominal) fica mais difícil estabelecer o diagnóstico pelo toque.

A doença apresenta fatores hereditários?

Alguns estudos apontam que existe um fator hereditário que deve ser levado em conta nos casos de endometriose. Entretanto, existem outros fatores de risco que devem sempre ser levados em conta, tais como a menstruação retrógrada, que leva o endométrio para a cavidade abdominal permitindo o desenvolvimento da doença no local. A imunidade da paciente também deve ser considerada, como o estresse e a ansiedade Isso vale para o câncer e vale para a endometriose. Por fim, deve-se considerar também o número de menstruações. Hoje, a mulher menstrua em média 400 vezes na vida, enquanto no começo do século passado menstruava apenas 40 vezes, porque a primeira menstruação ocorria mais tarde, ela engravidava mais cedo, tinha mais filhos e passava longos períodos amamentando.

A endometriose pode virar câncer?

O mecanismo das duas doenças tem muitas similaridades. Sabe-se, porém, que a relação entre endometriose e câncer é muito pequena, em torno de 0,5% a 1% dos casos. Na verdade, apesar de não caracterizar uma doença maligna, a endometriose se comporta de modo parecido, no sentido de que as células crescem fora de seu lugar habitual. Embora, na maioria das vezes, esse crescimento não tenha consequências letais, acaba provocando muitos incômodos. Por isso, pesquisadores suecos apresentaram um estudo onde a endometriose foi associada pela primeira vez ao aparecimento de diversos tipos de cânceres, especialmente o de ovário. Especialistas do Hospital da Universidade de Karolinska em Estocolmo, Suécia, analisaram os dados de 63.630 mulheres, que tinham sido atendidas pelo Hospital com o diagnóstico de endometriose, entre 1969 e 2002. Os cientistas encontraram 3.822 casos de câncer entre mulheres com endometriose. Segundo o trabalho, a doença aumentou o risco da mulher desenvolver o câncer de ovário em 37% do grupo analisado, risco de um terço acima da população normal das mulheres sem a doença. Também foram registrados aumento no número de casos de tumores endocrinológicos (38%), de câncer renal (36%) e de câncer da tireóide (33%). Os pesquisadores investigarão se o tratamento hormonal ou cirúrgico da endometriose tem relação com o risco aumentado do câncer.

Como posso diagnosticar e escolher o tratamento?

A classificação da endometriose leva em conta a extensão da doença. A mais aceita foi elaborada por uma sociedade americana e parte do procedimento de visualização das lesões, o passo seguinte depois do diagnóstico. O exame clínico, o marcador e exame de ultra-som são os meios adequados para definir as mulheres para as quais se deve indicar a laparoscopia, um exame realizado sob anestesia através de pequenas incisões no abdômen por onde se introduz um tubo ótico de aproximadamente 10mm de diâmetro para visualizar as áreas da cavidade abdominal em que se fixaram os implantes - nome que se dá ao tecido endometrial deslocado. É um procedimento cirúrgico menor que permite identificar tamanho, extensão e local de acometimento das lesões e iniciar imediatamente o tratamento adequado.

A laparoscopia diagnóstica a doença e encontra um tratamento?

Depois que se faz uma análise da cavidade abdominal, dos pontos com comprometimento pela doença, procura-se ressecar sempre que possível os focos que se encontram nos ovários, trompas, útero, peritônio e intestino. Em relação aos cistos no ovário e no útero, a preocupação é retirá-los, mas preservando esses órgãos, uma vez que na maioria das vezes as pacientes são jovens e têm desejo reprodutivo. Através da laparoscopia conseguimos ressecar também os focos existentes no tecido que reveste a cavidade abdominal (peritônio) e outros mais profundos localizados nos intestinos, indicativos de casos mais graves e que demandam tratamento efetivo. Obviamente, a cirurgia aberta é também uma alternativa para remover as lesões de endometriose, mas a laparoscopia é o método mais utilizado para diagnóstico e tratamento dessa doença.

A endometriose provoca alterações no ciclo menstrual?

A relação entre a endometriose e a infertilidade feminina pode manifestar-se em alguns casos. Pacientes em estágio avançado da doença e obstrução na tuba uterina que impeça o óvulo de chegar ao espermatozóide têm um fator anatômico que justifica a infertilidade. Além disso, algumas questões hormonais e imunológicas podem ser a causa para algumas mulheres com quadros mais leves de endometriose não conseguirem engravidar. Após o tratamento e, geralmente, a realização da laparoscopia, uma boa parcela das pacientes consegue engravidar, principalmente as mulheres em que as tubas não tiverem sofrido obstrução. É por isso que no final da laparoscopia, costuma-se injetar contraste pelo canal do colo uterino para ver se ele sai pelas tubas. A caracterização dessa permeabilidade tubária é um ponto a favor de uma gravidez que depende, entretanto, de outros fatores como a função ovariana ou a não formação de aderências depois da cirurgia, por exemplo.

Após a realização de uma laparoscopia bem sucedida, há riscos de reincidência?

Depois da laparoscopia, quando a doença está num estágio avançado, costuma-se indicar uma medicação para suprimir temporariamente a menstruação. São, geralmente, medicamentos que bloqueiam a função ovariana, durante três ou quatro meses, para a paciente poder se recuperar. Depois disso, há possibilidades da doença voltar a existir, porque o retorno da função menstrual pode determinar o reaparecimento das lesões. Por isso, em alguns casos, é preciso bloquear a menstruação por mais tempo e tomar cuidado depois das gestações para que não haja recidivas. A cura da endometriose depende da boa administração da doença e nem sempre representa a extirpação eterna dos focos
Escrita por:
Joji Ueno (Ginecologia e reprodução humana)

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Autistas



Apenas autistas com grau mais leve conseguem ter relacionamento amoroso

Autistas bem estimulados desde a infância encontram menos dificuldade em lidar com relações e sexualidade


O autismo faz parte dos Transtornos do Espectro Autista e é uma disfunção global do desenvolvimento humano, que se inicia na infância e que se caracteriza tanto por déficits na comunicação e interação sociais como pelo comprometimento no comportamento, interesses e atividades restritas e repetitivas. Afeta cerca de 1% da população e se divide em tipos leves, moderados e graves. Mesmo o autismo sendo leve, não há cura. 
Antigamente não víamos tantos autistas como hoje, muito por conta da ausência de uma classificação precisa para os distúrbios mentais, como existe atualmente. Entretanto, o preconceito ainda é grande. Mas é bom lembrar que ao contrário do que muitos pensam, o autismo pode não ser uma sentença única e condenatória para a pessoa, já que muitos autistas vivem uma vida praticamente normal. 
Ainda assim, mesmo com todos os avanços advindos da neurociência sobre o autismo, muito ainda há que ser entendido sobre o assunto, fazendo do autismo, um tema polêmico, desafiador e instigante. Um dos pontos polêmicos quando a questão é autismo é o da sexualidade do autista. E a pergunta é: O autista pode ter um relacionamento amoroso? 

Os tipos de autismo

Para responder essas questões é essencial entendermos os espectros do autismo. De um lado, temos as formas mais leves, que costumam cursar apenas com alguns sintomas, como por exemplo, um comprometimento no comportamento. A criança pode manifestar alguma restrição na interação social e ter certa dificuldade para se relacionar com outras crianças, mas as demais áreas de desenvolvimento estão preservadas. Com frequência, os autistas leves são muito inteligentes e sensíveis a mudanças súbitas e a maioria leva uma vida bem próxima da normalidade. Alguns podem viver anos sem receber o diagnóstico e não raro, são confundidos com pessoas muito tímidas. 
Já na outra extremidade, estão os casos mais severos de autismo. Estes, cursam com deficiência intelectual grave e se caracterizam pela ausência de contato com o ambiente ao redor, vivendo um mundo à parte, em um estado de apatia e falta de interesse aos estímulos externos, sem qualquer interação social. A linguagem (comunicação verbal e não verbal) está praticamente ausente. Eles não abstraem, não têm discernimento sobre as intenções do outro, não têm malícia, podendo inclusive sofrer algum abuso por parte de pessoas mal intencionadas. Não conseguem manifestar afeto nem mesmo aos pais e não gostam de dar ou receber carinho. É comum a presença de padrões repetitivos de comportamentos inadequados e até bizarros, como cheirar e levar à boca objetos não digeríveis e não comestíveis. São comuns as crises de agressividade consigo mesmos e os outros com acessos de raiva, fúria e gritos. Aversão à mudança na rotina e quando ocorre, se descontrolam totalmente. Necessidade contínua de auxílio para iniciar e manter atividades (mesmo as mais básicas) da vida diária, como alimentação, vestuário, e outros, mostrando um grau de dependência quase total do cuidador. 

Relacionamentos

Pessoas com autismo leve podem ter um relacionamento amoroso, se casar, ter uma família e filhos. Nos casos leves de autismo o comprometimento ocorre apenas em um segmento, com preservação das demais áreas do desenvolvimento. A vida segue o seu rumo de modo muito próximo ao normal. Os déficits, quando presentes, são de intensidade mínima e geralmente não chegam a comprometer a vida do casal. Apesar de o autismo poder prejudicar o reconhecimento das emoções, as pessoas autistas sentem e experimentam as suas emoções como qualquer um, o que difere é o modo como cada autista vai expressar as suas emoções. 
Se houver alguma dificuldade, é comum que a família preste o suporte necessário. Vale lembrar que pais e familiares também precisam de suporte e orientação adequados. Sabidamente, a maioria dos autistas se casam mediante a aprovação dos pais e recebem deles toda a ajuda necessária. 
Em geral, pessoas com autismo que optam por estabelecer um vínculo afetivo duradouro com outra pessoa apresentam um grau satisfatório de independência emocional e foram bem orientadas desde a infância. Muitos pré-adolescentes com autismo manifestam interesse saudável por questões relativas a sexo, sexualidade, hormônios, e outros. É importante que todas as explicações sejam dadas sobre os temas afins, como namoro, casamento, família, filhos, o que significa ter um filho, as implicações (em termos afetivos, de custo, de tempo) que um filho gera na vida de um casal, o momento mais adequado para ter um filho, aleitamento, mudanças no corpo, e outros. 

Todo o conhecimento adquirido vai se converter em mais amadurecimento e autoestima. O amadurecimento emocional e cognitivo são indispensáveis para que um relacionamento perdure. Mas pode acontecer que alguns autistas, ainda que de tipo leve, se queixem de alguma dificuldade para iniciar uma paquera, seja pela dificuldade social que apresentam ou porque o "flerte" envolve um grau de flexibilidade de postura. É o momento da conquista, do jogo de sedução, do sorriso maroto, da piscada de olhos ou até de um simples movimento com a cabeça. Isso pode acontecer com todos nós e principalmente na pessoa com autismo, cuja mente é mais literal e concreta, mas eles acabam dando o seu jeito e superando o problema. 
ESCRITO POR:
Evelyn Vinocur (Neuropsiquiatra e psicoterapeuta)